Amanha estara acontecendo a segunda edição da verdurada do DF. Mas antes disso quero voltar no tempo, meados de 90. Relembro aqui as primeiras verduradas que participei, ainda era na casa dos Krsnas em SP. Eram shows extremamentes intensos,com uma vibração muito positiva e publico predominantemente SxE. Com o tempo o pessoal da organização viu o bagulho tomar uma forma maior. Os shows que eram para 150/200 nego deu um salto para 600 cabeças, e tornaram-se uma alavanca para solidificar, na cena musical, nomes como Confronto, Point Of No Return, Constrito e muitos outros. Hoje o nome e conceito da verdurada está espalhado por várias cidades do país, agrupando inúmeros segmentos do cenario hardcore e até mesmo de outras cenas e segmentos da contra-cultura musical. É nitido que cada vez mais eles querem fazer disso um evento político/ético, e não um simples show. Otima percepção!! Aqui bem perto de nossa base, mais precisamente na cidade de Brasilia, capital nacional, já temos uma movimentação semelhante, e que desde a sua primeira edição rendeu bons frutos. Aproveitei e troquei umas palavrinhas com o pessoal da organização. Confiram abaixo o que eles me contaram:
01 - O que e quem está por tras da Verdurada-DF ? Como funciona a organizaçao do evento ?
O Coletivo V, que foi formado no ano passado com o intuito de difundir o veganismo. Promovemos banquinhas com alimentos diversos sem nenhum produto de origem animal nos shows, panfletamos sobre direitos dos animais e estamos com projetos de zine, grupo de estudos, mostra de filmes e palestras em diversos locais da cidade para divulgar as idéias do veganismo para comunidade.
Somos organizados de forma horizontal e totalmente DIY (faça-você-mesmo). Atualmente devemos estar em mais ou menos 15 pessoas, mas o coletivo é aberto a todxs aquelxs que queiram participar/ajudar.
02 - Qual foi a resposta da #1 ediçao e o que vcs esperam dessa #2 ?
A primeira edição superou todas as expectativas e tivemos um ótimo retorno e aceitação do público em geral.
Estamos muito ansiosos para essa segunda edição, muitas coisas dando errado de última hora, mas estamos conseguindo contornar e tudo vai dar certo no final.
03 - O que vcs pensam das pessoas que vao ao evento como se fosse um simples show de HC. Com qual mentalidade vcs acham que as pessoas devem frequentar a verdurada ?
Muitas pessoas vão a Verdurada pelo peso que esse nome já carrega, mas quanto mais pessoas forem esperando apenas um "simples show" melhor. Uma das principais intenções do Coletivo é divulgar essa idéia de DIY que um show de hardcore traz, não tem quem faça? Não concorda? Faça-você-mesmo!
Divulgar a questão da libertação animal e do quanto isso pode ser gratificante e alcansável no dia-a-dia, não queremos que o veganismo seja visto como extremista, é apenas você tentando agir de forma ética, sem que nenhum animal precise ser sacrificado para que seus desejos mais supérfluos sejam atingidos.
Na primeira edição o debate foi sobre "Mobilidade Urbana" e o diálogo evoluiu de tal forma que quando o tempo encerrou já estava em questões de gênero. Nessa segunda edição a palestra abordará gênero, racismo e privilégios. Ou seja, venha pra Verdurada de mente aberta para diálogar e absorver da melhor forma possvel idéias e opiniões diferentes.
04 - Como vcs escolhem as bandas? Bandas nao SxE ou ate mesmo nao vegetarianas/veganas podem participar das futuras edicoes?
Tentamos ter uma lista de bandas o mais diversicado possível. Por muito tempo a "cena" esteve muito fragmentada e isso vem mudando. Nossa intenção é chamar o máximo possível de pessoas diferentes e com pensamentos divergentes pra terem um espaço aberto de diálogo. O debate é fundamental.
O straightedge é uma questão pessoal - até mesmo dentro do Coletivo nem todxs são sxe - a única questão que exclui uma banda de tocar na Verdurada é a falta de respeito ao próximo. Assim como nas outras edições que acontecem no Brasil pedimos que não hajam bebidas ou cigarros no local, a Verdurada também é um convite para que as pessoas possam experimentar um evento diferente, desvinculando a idéia da diversão ter que estar ligada ao uso de drogas (lícitas ou não).
05 - Quais os objetivos ainda nao foram alcançados e que vcs esperam realizar no futuro ?
Acredito que o que ainda temos só como projeto como o zine, o grupo de estudos e as mostras de filme/palestras. Queremos atingir as pessoas que nunca nem pararam pra pensar sobre o que é a libertação animal e como ela pode ser feita de uma forma fácil.
Mostrar que é muito positivo organizar eventos de música (independente de ser hardcore / punk / sxepunk) que tenham uma "proposta a mais", que seja uma palestra, debate, exibição de videos etc...ou seja, consolidar a "cena" como um espaço que sirva a transferência, propagação, troca de idéias positivas, modos de resisitir e modos de libertar ! "(...)o hardcore não basta em si! tem de existir algo mais!"
E queremos deixar claro que a Verdurada DF não é um evento exclusivo para vegetarianxs/veganxs ou straight edges, é um espaço aberto a todxs que desejam trocar informações, experiências, curtir shows barulhentos, comer um rango gostoso sem crueldade, ver e participar de debates/oficinas de cunho crítico/reflexivo, entre outras mil possibilidades. Todxs estão convidaxs a somar!
Então é isso ai pessoal. Compareçam por lá pra ver as bandas, trocar uma palavrinha e ainda pegar um rango vegan 100% livre de crueldade.
sexta-feira, 18 de março de 2011
quarta-feira, 9 de março de 2011
SANGUE SECO nas veias do coração
Nosso amigo Eduardo Mesquita recentemente passou por um grave problema de saude, mas o cara é vaso ruim, não quebra facil. Veias entupidas e com o SANGUE verdadeiramente SECO ele quase bateu as botas. Em meio a tudo isso a banda andou fazendo uns shows. Podem acreditar, é verdade. Aproveitei um bate papo que tive com ele e postei aqui um pouco dessa conversa. Com vocês a melhor banda punk rock da minha cidade.
Fala ai Eduardo, você quase morreu ? O que ta rolando de post morten ?
Hehehe. Não foi que eu "quase" morri. Eu morri. Fiquei mais de um minuto morto, e isso é morrer.
Cara saiu o disco e a formação da banda mudou muito, nisso ai a banda ficou sumida. O que rolou ?
Confusão de gente enrolada. A banda tem quatro pais de família, isso toma um tempo da porra.
Não rola de dedicar demais, realmente. Mas estamos pilhados pra caramba. Os últimos shows foram excelentes. Sem nenhum risco de exagero, foram muito bons mesmo. Estamos ficando bons nisso de tocar.
Quer dizer que vocês somem dos palcos e voltam melhores ?
Coisa de doido, mesmo. E outra, a formação tá muito boa. O Aurélio e o André são toneladas melhores. Sem falar que eles todos são mais HC que punk rock. Eu que seguro o punk na banda ainda. E já estou gostando de hc um pouco mais. O peso tá ficando grande.
Você nao gostava de hc ?
Gosto, mas não gosto tanto quanto os caras, quanto você por exemplo. Gosto mesmo é de punk rock, mais ritmado, mais melodioso. Tipo DK ao vivo sempre achei muito rápido pro meu gosto. Gosto do disco de estúdio. Mas venho achando bom.
Cara ja tem estorinhas sobre um novo disco. Como que tá isso ai ?
Temos três músicas novas - Treblinka, Murdock e Som & Sangue - e vamos gravar "Grândola, Vila Morena" com nossa versão. Queremos gravar um disco cheio, mas aí só vamos conseguir no segundo semestre, até pelo ritmo de produção.
Como seria então um disco do SS como essa pegada ai ?
Mais maldozzo, mais violento, letras ainda mais pesadas e com shows cada vez melhores.
Sempre na fronteira entre o punk rock e o HC, e levando algumas pitadas de metalzão pra aliviar.
Metalzao ?? diz mais disso ai ?
Tem alguns riffs do SS que são puro thrashao oitentista. a mistureira de influências faz o som ter a identidade que tem.
É isso ai entao. Deixe nos informados sobre as atividades da banda por aqui.
Grito Rock Brasília no dia 12, e depois compor e preparar material novo. Estamos cada vez tocando mais músicas novas nos shows pra variar, até mesmo os covers estão sendo substituídos. Ontem tocamos Orgasmatron de uma banda “novata” aí super legal.
Putz...mas isso ai já não tá manjado demais nao ?
Não pra gente. O grande barato é que só tocamos covers de bandas clássicas, formações mesmo. E ainda não tinhamos feito um Motorhead, faltava algo. Alcançamos esse patamar.
domingo, 6 de março de 2011
ONE TRUE REASON e ONE VOICE
Faz tempo que o hardcore passou da adolescência. Já ultrapassou a casa dos 30, já viveu bastante, já deu crias, vivenciou um monte de experiências que o levou para outros caminhos. Já flertou com o rap, já flertou com o metal, já flertou com muitos outros estilos, foi promíscuo em inúmeras situações, mas sempre teve suas raízes inabaladas. E graças a força dessa base sólida que algumas bandas conseguiram bater o pé e marcar seu território em meio as mutações, que o passar dos anos provocou em todo o cenário. Aqui no Brasil a historia não poderia ser diferente. Vivemos, muito, os reflexos do cenário internacional, e assim como lá temos nossas aberrações hardcoreanas, e também nossos puristas.
A OV sempre seguiu o caminho daquilo que acredita, nunca estivemos muito conectados com toda a efervescência musical que quis ter um caso com o hardcore, e por isso sempre nos aliamos com bandas de responsa. Bandas que acreditamos ser uma legenda e uma continuação para movimentos e capítulos que vivemos e imaginamos, e é por isso que nos sentimos extremamente honrados em ter o ONE TRUE REASON por aqui.
Nosso primeiro contato com eles foi através da distribuidora de nosso selo. Recebemos algumas cópias do álbum de estréia, era pra espalhar o vírus mesmo. A audição inicial daquele disco em nossa sede foi uma bomba. Sentimos ali que uma banda nacional conseguia transformar todo o nosso conceito de harcore em música. Era o nascimento de uma paixão que percebemos de imediato que iria render em algo. Nesse meio tempo a banda vinha abrindo seu caminho. Um sem número de shows pela sua região, era o território demarcado por conta própria, e com isso o OTR conseguiu ser figurinha carimbada ao lado de medalhões como TERROR, H2O, STRIFE...Após inúmeras conversas, uma tonelada de idéias e uma procura quase que sem fim, por uma banda parceira, conseguimos finalizar o projeto. E para breve teremos em mãos o split CD com os franceses do xPROVIDENCEx. O bagulho é real, verdadeiramente real. Ninguém perdera nada em esperar por isso. Então escutem o primeiro discos deles, compareçam mais cedo ao show do SICK OF IT ALL e prestigiem a força do mais novo aliado da ONE VOICE.
Texto: Rodolfo CFC
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Os franceses do xPROVIDENCEx estão chegando aqui no Brasil para uma tour de 5 datas. A banda segue aquela linha beatown que agradara em cheio aos fãs de hardcore pesado e lento. Não preciso dizer que isso fez o filme dos caras por aqui, e os mesmos estarão fazendo parte do proximo lançamento da OV. Uma curiosidade é que essa banda teve em sua pimeira formação um batera brasileiro, nosso velho amigo Paulo, que já fez parte de bandas como Adjustment, Family e Colligere. Para breve prometemos uma pequena entrevista com os caras.
Hoje a França vem sendo o berço dos nomes mais promissores da cena europeia. Cabe a molecada daqui aproveitar a chance e conferir uma banda nao estourada no cenario mundial. Enquanto isso fiquem ligados em todas as novidades da tour diretamente no site: www.providencebrasiltour.com
Datas:
14/04 - Macae - Rio de janeiro
15/04 - Botafogo - Rio de Janeiro
16/04 - Piracicaba - Sao Paulo
17/04 - Sao Paulo - Sao Paulo
23/04 - Brasilia - DF
Hoje a França vem sendo o berço dos nomes mais promissores da cena europeia. Cabe a molecada daqui aproveitar a chance e conferir uma banda nao estourada no cenario mundial. Enquanto isso fiquem ligados em todas as novidades da tour diretamente no site: www.providencebrasiltour.com
Datas:
14/04 - Macae - Rio de janeiro
15/04 - Botafogo - Rio de Janeiro
16/04 - Piracicaba - Sao Paulo
17/04 - Sao Paulo - Sao Paulo
23/04 - Brasilia - DF
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
A.F. em estudio.
O AGNOSTIC FRONT está em estudio gravando seu novo disco. Aqui nesse video podemos ver o que os caras andam fazendo. Se liguem no naipe do produtor, Freddy bola loca, e na atuação magistral do Stigma gravando suas partes.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Entrevista - The Company
A cena belga dos anos 90 foi algo muito emblematico para o hardcore. Escutei e ainda gosto de ouvir bandas como Out For Blood,Nations On Fire,Congress e Arkangel. Com o tempo essa cena foi perdendo muito da sua forca, e somente agora ela parece dar novos sinais de vida. The Company talvez seja um dos responsaveis por essa recarga de energia. Confira abaixo o que eles tem a dizer sobre isso.
Entrevista por Rodolfo CFC
01 - Apresente o THE COMPANY para o pessoal ai.
Tom - Flash Siddy que veio do Singer Of Solid, nos vocais. Mr T no baixo e turismo brasileiro. Tintin, o cara que tem algo haver com rádios velhos, um dos seus piores fetiches, na guitarra. Baby Z na batera.
02 – Aproveita e fala, pra quem nao conhece, como é o som que vcs tocam.
Tom – De acordo com a policia é alto.
David – Acho que nos somos os foras da lei aqui da cena H8000 belga. As vezes nos comparam com SHEER TERROR e BLOOD FOR BLOOD. Se liguem para nosso lançamento que esta por vir com um monte de novos sons poderosos.
03 – Nos idos dos anos 90 a cena belga tinha uma certo nome mundo afora. Hoje pouco se ouve falar sobre ela. O que aconteceu ?
Tom - A forte cena que tinhanhos por aqui se separou. Chegamos a um baixo nível, sem bandas boas. Mas por hora vem um monte de novos grupos surgindo. Uma pena que essas bandas acabam muito cedo, as pessoas não apóiam essas novas bandas locais e elas acabam ficando sem chances. Nos anos 90 o povo pirava para todas as bandas locais, realmente os apoiavam, e isso os incentivavam a sair tocando com muito orgulho por todos os lados fora da Bélgica, ai o nome de nossa cena foi ficando forte e conseguimos ganhar muito respeito. Quando conseguimos alguns shows fora de nossa área sempre vestimos camisetas de bandas como CONGRESS e REGRESSION, para representar nossa area.
04 – O mesmo eu posso falar do H8000. Não é tão comum ouvir mais. Por que ?
David - H8000 é o nome do distrito onde moramos, aqui na Bélgica. Durante muito tempo as bandas daqui usavam o nome do distrito com orgulho, hoje as bandas não levantam tanto essa bandeira, e eu acho isso uma falta de respeito com todo o trabalho que foi feito. Acredito que nos temos que mudar isso, e espero que o THE COMPANY seja parte dessa mudança.
Tom – Hoje todo mundo usa uma camisa do HATEBREED e fica reclamando que eles tocam em cidades que ficam 50 km de nossa área ao invés de passarem por aqui. Posso dizer que o hardcore vem se tornando uma moda, uma tendência, não é mais um estilo de vida para a maioria das pessoas, falta dedicação, o mesmo posso falar das bandas. Na década passada 75% das pessoas envolvidas com o hardcore faziam parte de alguma banda. Nos vivíamos o HC naquela época. Eu respiro HC, tenho um selo, uma distro, estou sempre em tour com bandas. Hoje apenas alguns garotos têm dedicação à cena. Se uma banda daqui não toca por aqui eles não se esforçam em viajar, e se uma banda toca por aqui eles não vão porque não é “o estilo deles”.
05 – Vi o nome do COMPANY em um flyer de um fest da H8000. Eles ainda estão ativos na cena ? E o que vc pode me dizer sobre bandas como ARKANGEL e CONGRESS.
Tom – Sem palavras em relação ao ARKANGEL !! Infelizmente o CONGRESS se foi. Uma pena que a maioria das bandas velha-guarda H8000 se foram. Nos tentamos manter esse espírito vivo com nossos shows e ate mesmo trazendo de volta esse festival. No passado realmente era um crew, hoje é mais como uma referencia geográfica. Bandas e publico não olham mais um para os outros, eles preferem ficar disputando sobre quem esta no topo ou o que eles ganham. No show de despedida do CONGRESS apareceu um monte de gente da velha-guarda para prestar homenagem a essa banda. Com essas velhas caras em frente ao palco o espírito de antes reinou. Tivemos um principio de confusão, e foi legal ver os velhos envolvidos nisso. Muitos desses caras não se viam a tempos. Infelizmente hoje as coisas mudaram muito, mudaram pra pior, pelo menos é o que eu acho... não sei se estou apto a falar sobre isso, mas novos caras como Baby Z seriam mais adequados a essa resposta.
Zeger – Como o velho Tom disse: H8000 esta sendo mantida desde que bandas como CONGRESS, REGRESSION, SOLID, SPIRIT OF YOUTH e muitas outras se foram. Eu tenho 22 anos e estou no hardcore por algum tempo, por isso tive a chance de sentir a velha vibe no show de despedida do CONGRESS, mas ao mesmo tempo eu acho que isso não foi a mesma coisa que se passou naquela época. Mas e daí ?? Eu acho que tem uma molecada fazendo bonito por aqui. Temos o STYF crew, Tilt posse, everlasting Vortnvis, PositiveHeart, Skoezole, Didi's kot, Sample This etc. Todos fazendo alguma coisa aqui na área H8000. Mr,T e xHANSxLiar voltaram com o festival H8000. Eu nunca reinvidiquei algo como a união, mas eu vivencio isso como uma necessidade mutua entre os novos caras da H8000, como eu mesmo. Nos vamos aos shows, fazemos viagens loucas para o outro lado do nosso minúsculo pais, que pode ser atravessado em apenas 3 horas. Abrimos nossas casas para as bandas que estão em tour, e ainda temos alguns selos que estão se solidificando por aqui. Acho que, nesse momento, o verdadeiro espírito esta um pouco perdido por aqui, mas tenho certeza que dias melhores chegarão em breve. Seria isso algo que mostra que a H8000 esta morta ? Pra mim ela esta bem viva e dando resultados. Talvez de uma maneira diferente de como ela costumava ser.
06 – Por que vocês ainda nao lancaram um disco ? Já têm planos, selos?
Tom – Porque ainda não estamos prontos o suficiente para colocar algo. Esperamos ter algo gravado e acertado com algum selo ate o final do ano.
07 – Vocês acham que tem uma parcela de bandas hardcore querendo andar pelo mainstream musical ?
Tom – Isso acontece de uma maneira natural. Algumas bandas vão ficando populares, atraindo mais publico, e ai as coisas vão acontecendo. Não acho que o principal objetivo seja ser parte do mainstream, mas é claro que hoje temos novas bandas que já traçam isso como meta, e estão em uma banda hardcore porque isso é algo popular. Eu não me importo com isso, apenas faço as coisas que eu gosto. Se isso se tornar a próxima grande coisa tudo bem, mas isso não é meu objetivo não.
08 – Quais são suas bandas novas favoritas e também as clássicas ?
Tom – HAVE HEART e REIGN SUPREME são os novos nomes que me agrada. Eles tocam um som muito próximo com as coisas que eu lanço pela REALITY, um mix do novo com o clássico. Já os grandes nomes clássicos que me agradam são SHELTER, MADBALL, SICK OF IT ALL, GORILLA BISCUITS, ABHINANDA, SPINELESS, REGRESSION e um monte de nomes pertencentes a H8000.
Zeger – Eu entrei na cena via bandas como DOWNSET, DEVIATE, ARKANGEL e MADBALL. Eu também adoro NO TURNING BACK, xKINGDONx, BAD SEED, THE SETUP e CEAP TRILLS
09 – Voces estao envolvidos em grandes tours ? Quais sao os planos ?
Tom – Eu gostaria de fazer isso, o tempo dira. Muito em breve nos teremos nossos primeiros shows fora da Bélgica. Talvez apartir disso tenhamos a chance de marcar novos shows.
10 – E sobre a cena brasileira ? Vocês conhecem algo ?
Tom – Sim!! Conheço muita coisa. Sou grande amigo do Kalota, que toca no BUSH, I SHOT CYRUS e POINT OF NO RETURN, e também do Juninho e Boka, que tocam no RDP e mais um monte de outras bandas. Esses caras me ajudaram muito quando eu estive ai no Brasil. Eu lancei o disco do CONFRONTO aqui na Europa. Também gosto do COLLIGERE, CHILDREN OF GAIA, QUESTIONS e mais um monte de outras.
12 – Qual o maior legado belga, NATIONS ON FIRE ou ARKANGEL ?
Tom – Sem duvidas nenhuma N.O.F. Ja o David pira pro Arkanegel
13 – Visitando o myspace do COMPANY eu me deparei com um álbum de fotos dedicado a cena belga dos anos 90. Seria algo como um tributo ou apenas boas memórias ? Quão importante foram esses elementos dos anos 90 como H8000, RPP records, e outros ?
Tom – Eles nos colocaram no mapa. Mostraram ao mundo o que era o hardcore belga. H8000 me levou a lugares distantes como o Japao. Isso tem um imacto muito grande na minha vida, e tambem na vida das pessoas que eu conheci. Bom ver que a cena H8000 ainda tem muito respeito por parte das pessoas que gostam do hardcore mundo afora.
Entrevista por Rodolfo CFC
01 - Apresente o THE COMPANY para o pessoal ai.
Tom - Flash Siddy que veio do Singer Of Solid, nos vocais. Mr T no baixo e turismo brasileiro. Tintin, o cara que tem algo haver com rádios velhos, um dos seus piores fetiches, na guitarra. Baby Z na batera.
02 – Aproveita e fala, pra quem nao conhece, como é o som que vcs tocam.
Tom – De acordo com a policia é alto.
David – Acho que nos somos os foras da lei aqui da cena H8000 belga. As vezes nos comparam com SHEER TERROR e BLOOD FOR BLOOD. Se liguem para nosso lançamento que esta por vir com um monte de novos sons poderosos.
03 – Nos idos dos anos 90 a cena belga tinha uma certo nome mundo afora. Hoje pouco se ouve falar sobre ela. O que aconteceu ?
Tom - A forte cena que tinhanhos por aqui se separou. Chegamos a um baixo nível, sem bandas boas. Mas por hora vem um monte de novos grupos surgindo. Uma pena que essas bandas acabam muito cedo, as pessoas não apóiam essas novas bandas locais e elas acabam ficando sem chances. Nos anos 90 o povo pirava para todas as bandas locais, realmente os apoiavam, e isso os incentivavam a sair tocando com muito orgulho por todos os lados fora da Bélgica, ai o nome de nossa cena foi ficando forte e conseguimos ganhar muito respeito. Quando conseguimos alguns shows fora de nossa área sempre vestimos camisetas de bandas como CONGRESS e REGRESSION, para representar nossa area.
04 – O mesmo eu posso falar do H8000. Não é tão comum ouvir mais. Por que ?
David - H8000 é o nome do distrito onde moramos, aqui na Bélgica. Durante muito tempo as bandas daqui usavam o nome do distrito com orgulho, hoje as bandas não levantam tanto essa bandeira, e eu acho isso uma falta de respeito com todo o trabalho que foi feito. Acredito que nos temos que mudar isso, e espero que o THE COMPANY seja parte dessa mudança.
Tom – Hoje todo mundo usa uma camisa do HATEBREED e fica reclamando que eles tocam em cidades que ficam 50 km de nossa área ao invés de passarem por aqui. Posso dizer que o hardcore vem se tornando uma moda, uma tendência, não é mais um estilo de vida para a maioria das pessoas, falta dedicação, o mesmo posso falar das bandas. Na década passada 75% das pessoas envolvidas com o hardcore faziam parte de alguma banda. Nos vivíamos o HC naquela época. Eu respiro HC, tenho um selo, uma distro, estou sempre em tour com bandas. Hoje apenas alguns garotos têm dedicação à cena. Se uma banda daqui não toca por aqui eles não se esforçam em viajar, e se uma banda toca por aqui eles não vão porque não é “o estilo deles”.
05 – Vi o nome do COMPANY em um flyer de um fest da H8000. Eles ainda estão ativos na cena ? E o que vc pode me dizer sobre bandas como ARKANGEL e CONGRESS.
Tom – Sem palavras em relação ao ARKANGEL !! Infelizmente o CONGRESS se foi. Uma pena que a maioria das bandas velha-guarda H8000 se foram. Nos tentamos manter esse espírito vivo com nossos shows e ate mesmo trazendo de volta esse festival. No passado realmente era um crew, hoje é mais como uma referencia geográfica. Bandas e publico não olham mais um para os outros, eles preferem ficar disputando sobre quem esta no topo ou o que eles ganham. No show de despedida do CONGRESS apareceu um monte de gente da velha-guarda para prestar homenagem a essa banda. Com essas velhas caras em frente ao palco o espírito de antes reinou. Tivemos um principio de confusão, e foi legal ver os velhos envolvidos nisso. Muitos desses caras não se viam a tempos. Infelizmente hoje as coisas mudaram muito, mudaram pra pior, pelo menos é o que eu acho... não sei se estou apto a falar sobre isso, mas novos caras como Baby Z seriam mais adequados a essa resposta.
Zeger – Como o velho Tom disse: H8000 esta sendo mantida desde que bandas como CONGRESS, REGRESSION, SOLID, SPIRIT OF YOUTH e muitas outras se foram. Eu tenho 22 anos e estou no hardcore por algum tempo, por isso tive a chance de sentir a velha vibe no show de despedida do CONGRESS, mas ao mesmo tempo eu acho que isso não foi a mesma coisa que se passou naquela época. Mas e daí ?? Eu acho que tem uma molecada fazendo bonito por aqui. Temos o STYF crew, Tilt posse, everlasting Vortnvis, PositiveHeart, Skoezole, Didi's kot, Sample This etc. Todos fazendo alguma coisa aqui na área H8000. Mr,T e xHANSxLiar voltaram com o festival H8000. Eu nunca reinvidiquei algo como a união, mas eu vivencio isso como uma necessidade mutua entre os novos caras da H8000, como eu mesmo. Nos vamos aos shows, fazemos viagens loucas para o outro lado do nosso minúsculo pais, que pode ser atravessado em apenas 3 horas. Abrimos nossas casas para as bandas que estão em tour, e ainda temos alguns selos que estão se solidificando por aqui. Acho que, nesse momento, o verdadeiro espírito esta um pouco perdido por aqui, mas tenho certeza que dias melhores chegarão em breve. Seria isso algo que mostra que a H8000 esta morta ? Pra mim ela esta bem viva e dando resultados. Talvez de uma maneira diferente de como ela costumava ser.
06 – Por que vocês ainda nao lancaram um disco ? Já têm planos, selos?
Tom – Porque ainda não estamos prontos o suficiente para colocar algo. Esperamos ter algo gravado e acertado com algum selo ate o final do ano.
07 – Vocês acham que tem uma parcela de bandas hardcore querendo andar pelo mainstream musical ?
Tom – Isso acontece de uma maneira natural. Algumas bandas vão ficando populares, atraindo mais publico, e ai as coisas vão acontecendo. Não acho que o principal objetivo seja ser parte do mainstream, mas é claro que hoje temos novas bandas que já traçam isso como meta, e estão em uma banda hardcore porque isso é algo popular. Eu não me importo com isso, apenas faço as coisas que eu gosto. Se isso se tornar a próxima grande coisa tudo bem, mas isso não é meu objetivo não.
08 – Quais são suas bandas novas favoritas e também as clássicas ?
Tom – HAVE HEART e REIGN SUPREME são os novos nomes que me agrada. Eles tocam um som muito próximo com as coisas que eu lanço pela REALITY, um mix do novo com o clássico. Já os grandes nomes clássicos que me agradam são SHELTER, MADBALL, SICK OF IT ALL, GORILLA BISCUITS, ABHINANDA, SPINELESS, REGRESSION e um monte de nomes pertencentes a H8000.
Zeger – Eu entrei na cena via bandas como DOWNSET, DEVIATE, ARKANGEL e MADBALL. Eu também adoro NO TURNING BACK, xKINGDONx, BAD SEED, THE SETUP e CEAP TRILLS
09 – Voces estao envolvidos em grandes tours ? Quais sao os planos ?
Tom – Eu gostaria de fazer isso, o tempo dira. Muito em breve nos teremos nossos primeiros shows fora da Bélgica. Talvez apartir disso tenhamos a chance de marcar novos shows.
10 – E sobre a cena brasileira ? Vocês conhecem algo ?
Tom – Sim!! Conheço muita coisa. Sou grande amigo do Kalota, que toca no BUSH, I SHOT CYRUS e POINT OF NO RETURN, e também do Juninho e Boka, que tocam no RDP e mais um monte de outras bandas. Esses caras me ajudaram muito quando eu estive ai no Brasil. Eu lancei o disco do CONFRONTO aqui na Europa. Também gosto do COLLIGERE, CHILDREN OF GAIA, QUESTIONS e mais um monte de outras.
12 – Qual o maior legado belga, NATIONS ON FIRE ou ARKANGEL ?
Tom – Sem duvidas nenhuma N.O.F. Ja o David pira pro Arkanegel
13 – Visitando o myspace do COMPANY eu me deparei com um álbum de fotos dedicado a cena belga dos anos 90. Seria algo como um tributo ou apenas boas memórias ? Quão importante foram esses elementos dos anos 90 como H8000, RPP records, e outros ?
Tom – Eles nos colocaram no mapa. Mostraram ao mundo o que era o hardcore belga. H8000 me levou a lugares distantes como o Japao. Isso tem um imacto muito grande na minha vida, e tambem na vida das pessoas que eu conheci. Bom ver que a cena H8000 ainda tem muito respeito por parte das pessoas que gostam do hardcore mundo afora.
14 – Voce acha que a internet esta acabando com a cena hardcore ? Aqui no Brasil as vendas de discos independentes caiu muito. A maioria das pessoas so querem fazer downloads. Como é isso na Europa ?
Tom - Ela torna as coisas mais faceis. Hoje para se agendar uma tour ela é uma grande ferramenta. Mas tem o lado ruim tambem, que é tudo isso ai que voce falou. Nao sei como fazer, mas sei que temos que saber como lidar com isso.
15 – Valeu pela atencao e fale o que quiserem ai.
Tom – Apoiem suas bandas locais porque essa é a unica maneira de manter a cena viva. Faca parte dela, envolva-se. Seja com uma banda, com um selo, distro, faca algo, seja ativo.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Entrevista - Hold Your Breath
Conheci o HYB através do meu amigo Vinicius Deathtime. A primeira audição foi uma grata surpresa, pois ouvi uma banda que fazia um som fora dos padrões que andavam rolando por aqui. No disco uma forte influencia de bandas como ISIS, NEUROSIS e ate mesmo dos conterrâneos CARATHER, outra banda que eu gostava muito. Para estréiar nossa serie de entrevistas vem o HOLD YOUR BREATH de BH. Divirtam-se !!
Entrevista por Rodolfo CFC
01 - Da o inicio ai do Hold your breath.
A banda começou em 2005. De lá prá cá, ouveram algumas mudanças na formação o que achamos muito bom, porque sempre foram mudanças que agregaram novas idéias.
02 - Apesar da musica de vcs não ser um som tipicamente hardcore vcs estão inseridos nessa cena. Vc acha que o HYB é uma banda hardcore ?
Apesar de todos da banda terem sua “formação” no hardcore, não acho que somos uma banda desse estilo. Como também não achamos que somos uma banda metal e etc. O estilo não é o mais importante, o que queremos e temos conseguido é chamar a atenção de qualquer pessoa independente do seu gosto musical.
03 - Vcs tem um lançamento 100% virtual. Como vcs encaram essa nova fase da musica ? É mais vantagem para uma banda ter um disco ou um link com o material disponível?
Acabamos optando pelo lançamento virtual justamente pela falta de condição para ter esse lançamento físico na época. Hoje já conseguimos fazer algumas poucas cópias e estamos vendendo nos shows, pois gostamos e achamos muito importante ter o material em mãos. A vantagem de se ter um link como produto é poder alcançar lugares que o cd geralmente não chegaria. Apesar de o nosso EP ter um ano desde o seu lançamento, ainda nos surpreendemos com postagens em diversos sites internacionais indicando e resenhando nosso material, o que é muito gratificante.
04 - Vc acha que esse esquema de internet decretou o fim dos selos? Como um selo pode ser útil para uma banda hoje em dia?
Não acho que seja o fim dos selos. Os CDs vão continuar existindo, só que cada vez mais, eles terão de ser diferentes de qualquer outro cd, para que você tenha uma motivação a mais para comprá-lo. E os selos continuam sendo importantes nos contatos que eles possuem, na ajuda da divulgação do material, e no apoio aos shows. Acho que principalmente nessas áreas para que a banda possa se concentrar no que ela faz de melhor, que são as musicas e os shows.
05 - O que vc pode me dizer da cena de BH? Como estão os shows e por onde vcs tem tocado?
Já tivemos a oportunidade de tocar em eventos de diversos estilos aqui, o que pra nós é muito bom. As pessoas estão começando a perceber que juntas elas podem mais, e que devem parar com as intrigas. Temos alguns produtores legais, que realmente se preocupam com bons eventos, e outros que ainda tem algumas coisas para aprenderem. No geral diria que as coisas tem caminhado bem.
06 - Já que estamos falando da cena de BH não posso deixar de citar a semelhança do HYB com o Carather. Estou certo?
Apesar de o nosso vocalista ter feito parte por um bom tempo do Carahter, não achamos que temos tanta semelhança assim. Temos influencias em comum e até o próprio Carahter é uma influencia, contudo acredito que nossas musicas seguem uma linha diferente, sentimentos diferentes, algo mais experimental do que eles fizeram.
07 - O tipo de som que vcs fazem não e muito comum por aqui. Isso deixa vcs como um diferencial enorme, e eu acho isso bastante positivo. O fato de vcs não seguirem tanto o estilo de musica que a molecada quer ouvir/ver não os deixa em segundo plano não?
Eu também acho bastante positivo. Sempre focamos em fazer algo o mais desafiador possível para nós mesmos, e a cada musica nos concentramos nisso, em não seguir linhas pré determinadas. E essa questão do segundo plano, penso que existe da seguinte forma: somos reconhecidos pelo bom trabalho que fazemos, recebemos muitos elogios, sabendo que dificilmente seremos a banda numero um do ipod da maioria dessas pessoas.
08 - Quais bandas influenciam vcs na hora de compor? Tudo se resume a musica ou tem outros elementos no processo criativo?
Cada um tem sua inspiração na hora de compor e no final juntamos todas as opiniões e tentamos convergir no trabalho. Temos musicas mais pesadas, musicas mais ambientes e por aí vai. Mas também não é só musica, e sim a maneira de cada um expressar seus sentimentos. Então se você esta num determinado ponto da sua vida, lendo determinado livro, vendo determinado programa, isso também influencia sua composição musical de maneira inevitável. Fazemos questão de preservar isso no HYB.
09 - Qual disco você gostaria de ter feito? Com qual produtor você gostaria de trabalhar e com qual banda você sonha em excursionar?
Pergunta difícil e capciosa hein?! Acho bem complicado responder a essa pergunta porque cada um da banda teria uma opinião completamente diferente. E a cada período de nossas vidas temos uma banda preferida. Mas tentando achar uma opinião em consenso entre nós, acho que um cd que gostaríamos de ter feito poderia ser o “Passion” do Catharsis. E seria bem legal excursionar com eles, ou com o Isis, Russian Circles, Neurosis, Mastodon e muitas outras. Uma pessoa que gostaríamos de trabalhar como produtor seria o lendário Steve Austin...
10 - Acho que e isso ai. Fale o que vc quiser, inventa uma pergunta que vc gostaria que eu fizesse e não fiz, hehehe.
Valeu Rodolfo, valeu One Voice e parabéns pelo trabalho de vocês, continuem apoiando as bandas e coisas que vocês acreditam, é isso que precisamos aqui no Brasil. Estamos compondo coisas novas e em breve mostraremos para todos. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre a banda, conversar com agente, marcar shows ou qualquer outra coisa, pode acessar os links abaixo. Valeu!
Myspace:
http://www.myspace.com/holdyourbreathbh
Youtube:
http://br.youtube.com/breath126
Comunidade no Orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=19469631
Trama virtual:
http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=69813
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