sexta-feira, 18 de março de 2011

Verdurada DF

Amanha estara acontecendo a segunda edição da verdurada do DF. Mas antes disso quero voltar no tempo, meados de 90. Relembro aqui as primeiras verduradas que participei, ainda era na casa dos Krsnas em SP. Eram shows extremamentes intensos,com uma vibração muito positiva e publico predominantemente SxE. Com o tempo o pessoal da organização viu o bagulho tomar uma forma maior. Os shows que eram para 150/200 nego deu um salto para 600 cabeças, e tornaram-se uma alavanca para solidificar, na cena musical, nomes como Confronto, Point Of No Return, Constrito e muitos outros. Hoje o nome e conceito da verdurada está espalhado por várias cidades do país, agrupando inúmeros segmentos do cenario hardcore e até mesmo de outras cenas e segmentos da contra-cultura musical. É nitido que cada vez mais eles querem fazer disso um evento político/ético, e não um simples show. Otima percepção!! Aqui bem perto de nossa base, mais precisamente na cidade de Brasilia, capital nacional, já temos uma movimentação semelhante, e que desde a sua primeira edição rendeu bons frutos. Aproveitei e troquei umas palavrinhas com o pessoal da organização. Confiram abaixo o que eles me contaram:



01 - O que e quem está por tras da Verdurada-DF ? Como funciona a organizaçao do evento ?
O Coletivo V, que foi formado no ano passado com o intuito de difundir o veganismo. Promovemos banquinhas com alimentos diversos sem nenhum produto de origem animal nos shows, panfletamos sobre direitos dos animais e estamos com projetos de zine, grupo de estudos, mostra de filmes e palestras em diversos locais da cidade para divulgar as idéias do veganismo para comunidade.
Somos organizados de forma horizontal e totalmente DIY (faça-você-mesmo). Atualmente devemos estar em mais ou menos 15 pessoas, mas o coletivo é aberto a todxs aquelxs que queiram participar/ajudar.

02 - Qual foi a resposta da #1 ediçao e o que vcs esperam dessa #2 ?

A primeira edição superou todas as expectativas e tivemos um ótimo retorno e aceitação do público em geral.
Estamos muito ansiosos para essa segunda edição, muitas coisas dando errado de última hora, mas estamos conseguindo contornar e tudo vai dar certo no final.

03 - O que vcs pensam das pessoas que vao ao evento como se fosse um simples show de HC. Com qual mentalidade vcs acham que as pessoas devem frequentar a verdurada ?

Muitas pessoas vão a Verdurada pelo peso que esse nome já carrega, mas quanto mais pessoas forem esperando apenas um "simples show" melhor. Uma das principais intenções do Coletivo é divulgar essa idéia de DIY que um show de hardcore traz, não tem quem faça? Não concorda? Faça-você-mesmo!
Divulgar a questão da libertação animal e do quanto isso pode ser gratificante e alcansável no dia-a-dia, não queremos que o veganismo seja visto como extremista, é apenas você tentando agir de forma ética, sem que nenhum animal precise ser sacrificado para que seus desejos mais supérfluos sejam atingidos.
Na primeira edição o debate foi sobre "Mobilidade Urbana" e o diálogo evoluiu de tal forma que quando o tempo encerrou já estava em questões de gênero. Nessa segunda edição a palestra abordará gênero, racismo e privilégios. Ou seja, venha pra Verdurada de mente aberta para diálogar e absorver da melhor forma possvel idéias e opiniões diferentes.

04 - Como vcs escolhem as bandas? Bandas nao SxE ou ate mesmo nao vegetarianas/veganas podem participar das futuras edicoes?
Tentamos ter uma lista de bandas o mais diversicado possível. Por muito tempo a "cena" esteve muito fragmentada e isso vem mudando. Nossa intenção é chamar o máximo possível de pessoas diferentes e com pensamentos divergentes pra terem um espaço aberto de diálogo. O debate é fundamental.
O straightedge é uma questão pessoal - até mesmo dentro do Coletivo nem todxs são sxe - a única questão que exclui uma banda de tocar na Verdurada é a falta de respeito ao próximo. Assim como nas outras edições que acontecem no Brasil pedimos que não hajam bebidas ou cigarros no local, a Verdurada também é um convite para que as pessoas possam experimentar um evento diferente, desvinculando a idéia da diversão ter que estar ligada ao uso de drogas (lícitas ou não).

05 - Quais os objetivos ainda nao foram alcançados e que vcs esperam realizar no futuro ?
Acredito que o que ainda temos só como projeto como o zine, o grupo de estudos e as mostras de filme/palestras. Queremos atingir as pessoas que nunca nem pararam pra pensar sobre o que é a libertação animal e como ela pode ser feita de uma forma fácil.
Mostrar que é muito positivo organizar eventos de música (independente de ser hardcore / punk / sxepunk) que tenham uma "proposta a mais", que seja uma palestra, debate, exibição de videos etc...ou seja, consolidar a "cena" como um espaço que sirva a transferência, propagação, troca de idéias positivas, modos de resisitir e modos de libertar ! "(...)o hardcore não basta em si! tem de existir algo mais!"
E queremos deixar claro que a Verdurada DF não é um evento exclusivo para vegetarianxs/veganxs ou straight edges, é um espaço aberto a todxs que desejam trocar informações, experiências, curtir shows barulhentos, comer um rango gostoso sem crueldade, ver e participar de debates/oficinas de cunho crítico/reflexivo, entre outras mil possibilidades. Todxs estão convidaxs a somar!

Então é isso ai pessoal. Compareçam por lá pra ver as bandas, trocar uma palavrinha e ainda pegar um rango vegan 100% livre de crueldade.

quarta-feira, 9 de março de 2011

SANGUE SECO nas veias do coração


Nosso amigo Eduardo Mesquita recentemente passou por um grave problema de saude, mas o cara é vaso ruim, não quebra facil. Veias entupidas e com o SANGUE verdadeiramente SECO ele quase bateu as botas. Em meio a tudo isso a banda andou fazendo uns shows. Podem acreditar, é verdade. Aproveitei um bate papo que tive com ele e postei aqui um pouco dessa conversa. Com vocês a melhor banda punk rock da minha cidade.

Fala ai Eduardo, você quase morreu ? O que ta rolando de post morten ?
Hehehe. Não foi que eu "quase" morri. Eu morri. Fiquei mais de um minuto morto, e isso é morrer.

Cara saiu o disco e a formação da banda mudou muito, nisso ai a banda ficou sumida. O que rolou ?
Confusão de gente enrolada. A banda tem quatro pais de família, isso toma um tempo da porra.
Não rola de dedicar demais, realmente. Mas estamos pilhados pra caramba. Os últimos shows foram excelentes. Sem nenhum risco de exagero, foram muito bons mesmo. Estamos ficando bons nisso de tocar.

Quer dizer que vocês somem dos palcos e voltam melhores ?
Coisa de doido, mesmo. E outra, a formação tá muito boa. O Aurélio e o André são toneladas melhores. Sem falar que eles todos são mais HC que punk rock. Eu que seguro o punk na banda ainda. E já estou gostando de hc um pouco mais. O peso tá ficando grande.

Você nao gostava de hc ?
Gosto, mas não gosto tanto quanto os caras, quanto você por exemplo. Gosto mesmo é de punk rock, mais ritmado, mais melodioso. Tipo DK ao vivo sempre achei muito rápido pro meu gosto. Gosto do disco de estúdio. Mas venho achando bom.

Cara ja tem estorinhas sobre um novo disco. Como que tá isso ai ?
Temos três músicas novas - Treblinka, Murdock e Som & Sangue - e vamos gravar "Grândola, Vila Morena" com nossa versão. Queremos gravar um disco cheio, mas aí só vamos conseguir no segundo semestre, até pelo ritmo de produção.

Como seria então um disco do SS como essa pegada ai ?
Mais maldozzo, mais violento, letras ainda mais pesadas e com shows cada vez melhores.
Sempre na fronteira entre o punk rock e o HC, e levando algumas pitadas de metalzão pra aliviar.

Metalzao ?? diz mais disso ai ?
Tem alguns riffs do SS que são puro thrashao oitentista. a mistureira de influências faz o som ter a identidade que tem.

É isso ai entao. Deixe nos informados sobre as atividades da banda por aqui.
Grito Rock Brasília no dia 12, e depois compor e preparar material novo. Estamos cada vez tocando mais músicas novas nos shows pra variar, até mesmo os covers estão sendo substituídos. Ontem tocamos Orgasmatron de uma banda “novata” aí super legal.

Putz...mas isso ai já não tá manjado demais nao ?
Não pra gente. O grande barato é que só tocamos covers de bandas clássicas, formações mesmo. E ainda não tinhamos feito um Motorhead, faltava algo. Alcançamos esse patamar.

domingo, 6 de março de 2011

ONE TRUE REASON e ONE VOICE


Faz tempo que o hardcore passou da adolescência. Já ultrapassou a casa dos 30, já viveu bastante, já deu crias, vivenciou um monte de experiências que o levou para outros caminhos. Já flertou com o rap, já flertou com o metal, já flertou com muitos outros estilos, foi promíscuo em inúmeras situações, mas sempre teve suas raízes inabaladas. E graças a força dessa base sólida que algumas bandas conseguiram bater o pé e marcar seu território em meio as mutações, que o passar dos anos provocou em todo o cenário. Aqui no Brasil a historia não poderia ser diferente. Vivemos, muito, os reflexos do cenário internacional, e assim como lá temos nossas aberrações hardcoreanas, e também nossos puristas.
A OV sempre seguiu o caminho daquilo que acredita, nunca estivemos muito conectados com toda a efervescência musical que quis ter um caso com o hardcore, e por isso sempre nos aliamos com bandas de responsa. Bandas que acreditamos ser uma legenda e uma continuação para movimentos e capítulos que vivemos e imaginamos, e é por isso que nos sentimos extremamente honrados em ter o ONE TRUE REASON por aqui.
Nosso primeiro contato com eles foi através da distribuidora de nosso selo. Recebemos algumas cópias do álbum de estréia, era pra espalhar o vírus mesmo. A audição inicial daquele disco em nossa sede foi uma bomba. Sentimos ali que uma banda nacional conseguia transformar todo o nosso conceito de harcore em música. Era o nascimento de uma paixão que percebemos de imediato que iria render em algo. Nesse meio tempo a banda vinha abrindo seu caminho. Um sem número de shows pela sua região, era o território demarcado por conta própria, e com isso o OTR conseguiu ser figurinha carimbada ao lado de medalhões como TERROR, H2O, STRIFE...Após inúmeras conversas, uma tonelada de idéias e uma procura quase que sem fim, por uma banda parceira, conseguimos finalizar o projeto. E para breve teremos em mãos o split CD com os franceses do xPROVIDENCEx. O bagulho é real, verdadeiramente real. Ninguém perdera nada em esperar por isso. Então escutem o primeiro discos deles, compareçam mais cedo ao show do SICK OF IT ALL e prestigiem a força do mais novo aliado da ONE VOICE.
Texto: Rodolfo CFC

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Os franceses do xPROVIDENCEx estão chegando aqui no Brasil para uma tour de 5 datas. A banda segue aquela linha beatown que agradara em cheio aos fãs de hardcore pesado e lento. Não preciso dizer que isso fez o filme dos caras por aqui, e os mesmos estarão fazendo parte do proximo lançamento da OV. Uma curiosidade é que essa banda teve em sua pimeira formação um batera brasileiro, nosso velho amigo Paulo, que já fez parte de bandas como Adjustment, Family e Colligere. Para breve prometemos uma pequena entrevista com os caras.

Hoje a França vem sendo o berço dos nomes mais promissores da cena europeia. Cabe a molecada daqui aproveitar a chance e conferir uma banda nao estourada no cenario mundial. Enquanto isso fiquem ligados em todas as novidades da tour diretamente no site: www.providencebrasiltour.com

Datas:
14/04 - Macae - Rio de janeiro
15/04 - Botafogo - Rio de Janeiro
16/04 - Piracicaba - Sao Paulo
17/04 - Sao Paulo - Sao Paulo
23/04 - Brasilia - DF

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A.F. em estudio.

O AGNOSTIC FRONT está em estudio gravando seu novo disco. Aqui nesse video podemos ver o que os caras andam fazendo. Se liguem no naipe do produtor, Freddy bola loca, e na atuação magistral do Stigma gravando suas partes.